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A Câmara Municipal de Gouveia decidiu dedicar o mês de Fevereiro ao seu mais ilustre escritor, que de alguma forma, deu nome e fama a Gouveia.
Trata-se da figura ímpar do escritor Vergílio Ferreira.
Assim A Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira vai realizar algumas iniciativas para comemorar a efeméride que põe termo no dia 1 de Março, data da morte do escritor.
Todas as quintas feiras realizar-se-á um colóquio para alunos abordando algumas das muitas facetas de escritor. O orador será o Dr. Alípio de Melo, estudioso e amigo pessoal de Vergílio Ferreira
No átrio da biblioteca estará patente até ao final do mês uma exposição com algumas das obras-primas do escritor, bem como alguns dos seus objectos pessoais.
No dia 1 de Março haverá a entrega do Prémio Vergílio Ferreira ás 17 horas e as 21horas um “ Chá de Letras” especial dedicado á obra de escritor, onde estará presente Jorge Lopes, um grande estudioso e admirador de Vergílio Ferreira.

No dia 26 de Janeiro, no Auditório da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira teve lugar a primeira sessão do “Chá com Letras”, que contou assinalável presença de leitores. Neste encontro desde logo, foram discutidas algumas opções sobre a forma que os futuros encontros deverão ter sejam os livros em si, sejam assuntos relacionados com eles. Espera-se, com esta iniciativa dinamizar o aspecto literário e critico que habita em todos nós, proporcionando a Biblioteca uma oportunidade num ambiente informal, para esse efeito.





O movimento neo-realista pode considerar-se fruto da crise económica de 1929, e em Portugal está associado ao movimento de resistência democrática à ditadura salazarista. Iniciado na década de 30 esta nova tendência para a literatura de crítica social, revaloriza o Realismo novecentista.


Entre os nomes maiores do neo-realismo português destacam-se Afonso Ribeiro, António Alves Redol, Sidónio Muralha, Armindo Rodrigues, Mário Dionísio, João José Cochofel, Joaquim Namorado, José Gomes Ferreira, Carlos de Oliveira, Manuel da Fonseca, Fernando Namora, Fernando Monteiro de Castro Soromenho, entre outros.
As primeiras manifestações neo-realistas surgem em revistas juvenis como "Outro Ritmo"(Porto, 1933), "Gleba" (Lx, 1934), "Gládio" (Lx, 1935), "Ágora" (Coimbra, 1935), "O Diabo" (1934-40), "Sol Nascente" (1937-40), "Altitude" (1939), "Síntese" (1939-40) e "Pensamento" (Porto, 1939-40). Também em revistas como "Seara Nova", "Presença", "Manifesto", "Portucale". Com o início da Segunda Guerra Mundial surgem título de índole neo-realista como "Ilusão na Morte" (Afonso Ribeiro, 1938), "Sinfonia de Guerra" e "A Arte e Vida" (António Ramos de Almeida, 1939, 1940), "Rosa dos Ventos" (Manuel da Fonseca, 1940), "Corsário" (Álvaro Feijó, 1940), "Cadernos Azuis" (série de ensaios); "Novo Cancioneiro" (Coimbra, 1941-44, com poetas como Álvaro Feijó e Políbio Gomes), "Novos Prosadores" (complemento do "Novo Cancioneiro"), "Galo"(Coimbra,1948), e" Cancioneiro Geral" (Lisboa) - no âmbito da séries editoriais poéticas-, revista "Vértice" (1945), "Esteiros" (por alguns considerada a uma obra-prima do neo-realismo- Soeiro Pereira Gomes, 1941).







Se na sua fase inicial predominava o articulismo e a polémica da revista, a atenção deslocou-se posteriormente da poesia e do conto para o romance de teorização estética e ensaio histórico.
A mais importante corrente alternativa ao neo-Realismo é o Surrealismo , que passou a dominar no período conturbado da Guerra Fria, com o progressivo desencanto da literatura neo-realista. Esta já dificilmente se adequava às camadas que pretendia interessar. Os ficcionistas neo-realistas adaptaram a sua escrita aos gostos e público, e na década de 50 já o Neo-realismo convergia com certas vanguardas estéticas (Surrealismo, Existencialismo).




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